Ivair A. Gomes
Há escritores que não têm recursos para publicar os seus livros. É o caso de Ivair Antonio Gomes. Aos 30 anos, o autor está escrevendo o seu terceiro romance policial. Sob o título provisório de “Morte em Dezembro”, Ivair pretende contar a história de uma trama policial que envolve assassinatos e politicagem durante um encontro de autoridades do Cone Sul em Florianópolis. O trabalho de escritor é árduo, envolve horas de sono, finais de semana e feriados perdidos.
Natural de Campinas do Sul (RS), Ivair foi alfabetizado aos cinco anos por uma senhora de cor que morava nos fundos de sua casa. Graças a essa mulher, o gosto pela leitura o conquistou desde a sua infância. Um fato curioso na vida de Ivair é que ele logo ficou conhecido por estar sempre atrasado nas aulas. O motivo? Sempre que possível, ainda na infância, Ivair buscava saciar a sua sede de leituras. Ele ia à biblioteca do colégio, ficava lendo livros de aventura e perdia os horários. Não demorou muito para que os funcionários da própria biblioteca passassem a lembrar o garoto de que já estava na hora da aula.
Os primeiros clássicos que impressionaram Ivair foram Servidão Humana, de Somerset Maughan e O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas. Já adolescente ele recebeu incentivo de uma professora, que escrevia para uma revista de turismo. Esta lhe deu orientações de como situar personagens em tempo e lugar. O escritor reconhece a atenção dessa professora como o seu primeiro empurrão para ser um escritor. Essa orientação espaço-temporal acabou por ser uma das características mais marcantes nos romances de Ivair. Ele tem uma preocupação minuciosa com a descrição dos lugares e do modo de vida de seus personagens.
Muito do seu tempo livre é dedicado às suas pesquisas para dar o máximo de realismo às suas ficções. O autor conta que chegou a fazer aulas de russo, para compor um de seus personagens.
Sob forte influência de Morris West, Irvin Wallace, e principalmente Frederic Forsyth, ele dedicou-se aos romances policiais. "Em termos de espionagem não há quem escreva como o Forsyth", ressalta o autor. "O 5º Homem", nome do primeiro livro de Ivair, é uma trama que trata da investigação policial sobre a morte de um homem envolvido na construção de uma barragem no interior de Santa Catarina. Mas a história se desenvolve ganhando proporções inesperadas quando o investigador descobre o envolvimento dos druidas com a política da região.
Nesse tempo em que tentava concluir, e principalmente publicar o seu primeiro livro, Ivair fez contato com um grupo de escritores iniciantes, através da Internet. Segundo ele, todos realizam um certo intercâmbio de seus materiais escritos. Foi onde o autor passou a ter uma preocupação maior com a gramática e a linguagem. Mas ele afirma: “Há bons escritores e em grande quantidade. O que falta na verdade é um espaço para que novos talentos apareçam”.
Neste livro, o autor procurou desenvolver "todas as preocupações e temores do homem moderno nos dias de hoje, os conflitos internos do personagem e o eterno duelo entre o bem e o mal". Aproveitando todo o clima de final de milênio, seitas, caos urbano e crimes hediondos, Ivair concebeu um romance policial onde o investigador já foi padre, e está na pista de um grupo que realiza rituais satânicos. Em detrimento desses rituais, menores começam a desaparecer, e aí entra a figura do investigador que, evidentemente, passa por dias difíceis. Para este livro, o autor fez entrevistas até com autoridades da polícia como o Delegado da 6ª DP de Florianópolis, e o próprio Diretor da D.P.L (Delegacia de Policia do Litoral). “Eu acho que esse livro tem tudo a ver com a passagem para o ano 2000" disse Ivair.
Link para o livro: http://bookess.com/book/read/1555
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